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A carne de sol tem suas origens no Ceará e, por esse motivo, já foi conhecida como Carne do Ceará. É um preparo muito apreciado no Nordeste e tem seu local no Mercado São Sebastião.

 

Ela é chamada assim por conta do seu método de conservação: é uma carne que foi salgada e seca em local ventilado, porém coberto. Normalmente, a carne de sol é feita de um corte de bovino e, apesar do nome, não precisa  secar ao sol.

 

O autor Benedito Vasconcelos Mendes conta o seguinte:

 

"As charqueadas surgiram na cidade de Aracati-Ce, situada na foz do rio Jaguaribe, e, de lá, se expandiram para Mossoró e Assu, no Rio Grande do Norte; para Granja, Camocim, Sobral e Acaraú, no Ceará; e para Parnaíba, no Piauí. Aracati foi a principal cidade produtora de charque e se constituiu o maior empório comercial da costa cearense, chegando a carnear de 20 a 25 mil bois por ano. O charque era transportado para o mercado comprador em sumacas. Depois de Aracati, quem mais produzia e exportava carne de charque era Parnaíba, no Piauí, que chegou a produzir 1800 toneladas de charque por ano. Com duas grandes secas que ocorreram no final do século 18 (1777-1778 e 1790-1793) a indústria saladeiril teve fim no litoral semiárido do nordeste. Como mostra a história, em 1780, o aracatiense José Pinto Martins (1747 a 1826) montou em Pelotas-RS uma grande indústria de charque, substituindo as charqueadas nordestinas".

 

No Ceará, ela é muito consumida assada ou desfiada nas paçocas (farofa feita com a carne, cebola roxa e farinha de mandioca).

 

 

 

Carne de Sol. Foto: Gustavo Sampaio.

 

O restaurante Sabor Kaseiro, desde 2010, oferece uma variedade de pratos regionais da culinária nordestina. “Aqui temos de tudo”, diz Fátima Moreira, que comanda o primeiro box do segundo corredor de restaurantes do Mercado São Sebastião.

 

No seu cardápio não faltam a panelada, o cozido, frango ao molho e o carneiro, mas um de seus principais pratos é a carne de sol.  Macia por fora e úmida por dentro, ela é servida com salada de legumes, feijão, arroz branco e macarrão. Mas fica ao gosto do cliente montar seu acompanhamento conforme o que está disponível no dia.

 

 

 

 

Fátima e João, do Sabor Kaseiro. Foto: Gustavo Sampaio.

Fátima, que cozinha com o auxílio do marido João, já trabalhou em salão de beleza e foi motorista de ônibus em São Paulo, mas hoje se realiza na cozinha. Sua culinária é bem caseira mesmo, garante. “Aprendi tudo em casa, são os pratos que eu já fazia”. O segredo para manter sua clientela fiel é simples: “gosto de estar aqui, de trabalhar com carinho e amor, e de atender bem as pessoas”.

 

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