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Em 1937, o Mercado de Ferro da Praça Carolina, destinado a venda de carne fresca, foi desativado. A sua bela estrutura de ferro em art noveuau, que ficava localizada entre as atuais ruas São Paulo, Floriano Peixoto, Sobral e General Bezerril (Centro), inaugurada em 18 de abril de 1897, foi dividida em duas partes destinadas à construção de outros mercados: o Mercado dos Pinhões, na praça Visconde de  Pelotas, na Aldeota; e o Mercado São Sebastião, na Praça Paula Pessoa.

 

Esta pode ter sido, portanto, a primeira estrutura oficial do Mercado São Sebastião, de acordo com a bibliografia pesquisada. Não confirmamos, no entanto, se o Mercado São Sebastião começou a funcionar imediatamente, em 1937, pois algumas fontes citam o ano de 1939 como o de sua inauguração.

 

O Mercado permaneceu assim até 1968, quando foi desmontada sua estrutura de ferro e enviada para um novo mercado, no bairro Aerolândia, onde ainda se encontra. O São Sebastião ganhou, então, galpões de alvenaria com telhas de amianto. Essa estrutura permaneceu até a década de 1990, quando o mercado ganhou sua forma atual, principalmente de alvenaria, através de reforma promovida pelo então prefeito Juraci Magalhães, em 1997, com projeto do arquiteto Fausto Nilo.

 

 

O Novo Mercado São Sebastião

 

 

*Atualmente, o Mercado São Sebastião compõe um conjunto arquitetônico erigido pelo poder público municipal e estadual, durante a década de 90, do qual fazem parte o Mercado Central, a Praça do Ferreira, a Ponte dos Ingleses e o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, todos situados na região central e na antiga zona portuária da cidade. Tal conjunto atribuiu a esta região da cidade uma certa unidade estilística.

 

O Mercado apresenta-se composto de três grandes blocos prismáticos e longilíneos que, juntos, delimitam em ângulo a porção oeste e uma quadra que tem em seu centro uma praça e na porção leste, um pátio de estacionamento. A delimitação é arrematada com duas colunatas situadas nas extremidades sudoeste e nordeste. Os blocos apresentam estrutura mista em concreto armado e aço, com vedações em alvenaria e coberta estruturada em vigas de aço com fechamento em telha galvanizada. Seu formato em abóbada é arrematado por claraboias que permitem a iluminação natural no interior dos edifícios.

 

O mercado tem boxes no subsolo, no piso térreo e no segundo piso e é dividido em setores A, B e C. O objetivo dos setores é organizar os ramos de atividades, mas elas costumam se misturar. Encontra-se hortifruti tanto no subsolo como no térreo. Neste também estão as carnes e frios, polpas de frutas, ovos, lojas de material de construção, além de serviços como farmácia, casa lotérica e o Santuário São Sebastião. Já no segundo piso, estão concentrados os boxes com cereais, vestuário, produtos regionais, utensílios de cozinha, descartáveis e outros produtos do tipo. Há ainda um jardim com venda de plantas e produtos de jardinagem no subsolo.

 

O Mercado São Sebastião tem ainda três estacionamentos, sendo dois para o público em geral (um coberto, no subsolo, e outro descoberto, no térreo, ambos pagos) e um para carga e descarga.

 

*Com a colaboração do arquiteto e doutor em Filosofia Gustavo Costa.

 

 

No tempo do fogareiro à lenha

 

A reforma realizada na década de 90 demarcou a criação de um Novo São Sebastião, dada a grandeza da modificação realizada nele. Há quem lembre do mercado anterior, depois da estrutura de ferro e antes da reforma da década de 90. A culinarista Nilza Mendonça, que é professora do Senac e tem uma extensa pesquisa em frutas silvestres, conta que frenquenta o mercado desde os oito anos de idade e comenta suas impressões de ontem e de hoje:

 

"No meu olhar de criança, ir para o São Sebastião era como um passeio, uma festa. Ele era de alvenaria, tinha barracas dentro, que não eram nem boxes, que vendiam comida de rua. Já tinha a panelada, café com tapioca, caldo de carne feito com farinha de mandioca e espinhaço de carneiro cortado em rodelas e servido com pirão, maxixe e abóbora. As panelas ficavam em cima (das barracas), os fogões eram pequenos e às vezes eram fogareiros à lenha. Os bancos eram de cimento e ele ficava onde hoje é o estacionamento".

 

 

A foto, também encontrada em diversos blogs sobre Fortaleza, mostra o Mercado de Ferro da Praça Carolina.

 

O Mercado São Sebastião hoje. Foto: Gustavo Sampaio.

 

 

Rampa do Mercado São Sebastião. Foto: Gustavo Sampaio

Pátio interno. Foto: Gustavo Sampaio.

A rampa vista de outra perspectiva. Foto: Gustavo Sampaio.

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